domingo, 30 de julho de 2017

VOCÊ MERECE, VOCÊ MERECE!

VOCÊ MERECE, VOCÊ MERECE!

Você deve notar que não recebeu o PJES
E dizer que vai ser decretado
Você deve trabalhar na segunda feira
E dizer que não está cansado
Você deve pagar a bóia com alegria
E dizer : tudo tá normalizado!
Você deve agradecer ao chefão
E esquecer que está sendo escravizado

Você merece, você merece!
Cadeia, bronca e amanhã
Seu asp? o que vai ser da vida afinal?

Você deve aprender abaixar a cabeça
E trabalhar sem insalubridade
Seu direito que o SINDASP não luta
Por ser sindicato bem disciplinado
Deve, pois só fazer pelo bem do plantão
Tudo aquilo que foi orquestrado
Pra ganhar no fim da gestão
O diploma de dominado.

Você merece, você merece!
Cadeia, bronca e amanhã
Seu asp? o que vai ser da vida afinal?

Você merece, você merece!
Tudo vai bem, plantão legal!
Diploma de honra ao mérito no final!

Você merece, você merece!
Esqueça que está sendo escravizado!

Você merece, você merece!
Plantão legal!
Bandidos armados, asp levando tiro é normal!

Você merece, você merece!
Sindasp pelego, sem luta é legal!
Você merece, você merece!
Sindasp sem mobilizar é legal!

(Essa letra deve ser lida com a melodia da música de Gonzaguinha- Comportamento Geral)

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A NOVELA DO PJES: PORQUE O AGENTE PENITENCIÁRIO É SEMPRE CASTIGADO?

Cadê o decreto? essa é a pergunta que se faz em todos os grupos das redes sociais e de bate papo dos plantões dos Agentes Penitenciários de Pernambuco. Mas que decreto é esse afinal de contas? E mais. Porque tanta celeuma e explicações desencontradas por parte de quem deveria nos defender, esclarecer e lutar pelos nossos direitos? Todavia, enrola mais ainda o meio de campo! Mas, somos obrigados a aceitar essas informações confusas?
A última informação oficial do SINDASP PE foi de que o PJES- Plano de Jornada Extra de Serviço, AINDA VAI SER PUBLICADO O DECRETO! Esse decreto é de rosca? Já vai entrar para o terceiro mês de apresentação dos presos à justiça sem se quer o Agente Penitenciário ver a cor do dinheiro! A resposta que o presidente do SINDASP PE e também, diretor da FENASPEN ofereceu no grupo de Whatssap quando questionado foi de que "tira PJES quem quer!" e que "ninguém é obrigado tirar!" Verdade! Porém, o Agente Penitenciário não é obrigado pelo governo a entrar nas filas do PJES porque quer, mas por necessidade e sonhando um dia em receber. As vezes já  se fez  até "um fiado" com algum parente ou amigo contando com esse dinheiro para pagar depois essa dívida. Afinal, o presidente do SINDASP PE e Diretor da FENASPEN não precisa tirar PJES já recebe sua gratificação de quase R$1.800,00 de salário da presidência do sindicato, sem falar do que deve ganhar como diretor da FENASPEN. Nem vou falar do carro do sindicato com tanque cheio, revisão em dias, para ele bater pernas entre a secretaria, gabinetes, campanha eleitoral, etc. Coisa de quem tem uma vida tranquila. 
O Agente Penitenciário que faz o PJES DE APRESENTAÇÃO que se vire não é mesmo? afinal, "tira quem quer!" Uma coisa que não consigo entender. Eu e a NASA. Se uma categoria tem alguém para lutar pelos seus direitos, mesmos aqueles mais simples, diz que não é prioridade EXIGIR a publicação desse decreto, então para quem o Agente Penitenciário que está para receber quase três meses de PJES de apresentação à justiça tem que recorrer? Ao Papa Francisco? 
Inverossímil são os argumentos do sindicato. Aliás, auxilia o governo em empurrar com a barriga esse decreto. Pelo que se vê e pelo andar da carruagem as audiências continuarão acontecer e por conseguinte, nada será solucionado. SINDASP PE tem que dá um ULTIMATO para que esse decreto seja publicado. Os Agentes Penitenciários de Pernambuco já não aguenta mais desculpas esfarrapadas. Todos se sentem lesados pelo SINDASP PE.
Entendo que se entregarmos esse PJES de apresentação à justiça, vem a Policia Militar e faz. Com tudo, eles receberão em dias. Isso temos a certeza que acontecerá! Sabe porque? A polícia Militar não se deixa ser ludibriada e nem gosta de trabalhar no "fiado". Já provou isso quando o governo atrasou seu PJES. Concordo que não se deve entregar as cotas. Tudo bem! Só não dá pra concordar com a inércia e o estado de torpor que SINDASP PE se encontra. Poderíamos fazer mobilização pacífica, ordeira, até a secretaria pedindo empenho para a publicação desse bendito decreto. Poderíamos pedir apoio ao Poder Judiciário que com certeza, não tem conhecimento do que estamos passando. Enfim, precisamos nos mobilizar. Quem tem esse poder e imunidade é o SINDASP PE que está cheio de diretores da FENASPEN, quatro no total, estão fazendo ouvidos moucos para categoria. Não precisamos entregar as cotas da apresentação. Basta empenho do sindicato! Simples!
Precisamos procurar nosso direitos de forma pacífica e sem necessidade de bater de frente. Basta nosso sindicato tomar vergonha e saber que nos representa e não o governo ou aos secretários! Precisa deixar de ser pelego e saber que somos pais de família e essa situação é humilhante! Ficar esperando a boa vontade que o decreto seja publicado sem ao menos o SINDASP PE denunciar nossa situação ao poder judiciário é nos desvalorizar enquanto profissionais da segurança pública e principalmente, como cidadãos! Temos o direito de sermos respeitados ao menos pelo nosso sindicato. jamais deveríamos ser humilhados como estamos sendo e com apoio do SINDASP PE! Quando esse decreto sair, se é que vai sair esse ano, vem o presidente do sindicato dizer que foi "mais uma conquista da atual gestão!" O nome disso se chama hipocrisia! Tripudiar sobre a miséria do outro é de uma covardia imensa, principalmente quando parte do sindicato que deveria nos representar e lutar pelos nossos direitos! 
Por isso que deixo a pergunta, que já virou motivo de chacota nas redes sociais e o SINDASP PE NO PAPEL PRINCIPAL DA PIADA. CADÊ O DECRETO?



domingo, 9 de julho de 2017

SOMOS HERÓIS?

O que é ser herói? Fica claro que para muitos são os integrantes do BBB, jogadores de futebol com seus altos salários, pilotos de corrida que também não deixa a desejar nos salários estratosféricos, politicos messiânicos que se colocam no cerne da política como salvador da Pátria amada. Mas o que dizer daqueles e verdadeiros heróis que se encontram no anonimato dos holofotes da imprensa e escondidos da sociedade? os policiais militares e civis que desempenham um trabalho hercúleo no seu dia dia, os médicos, enfermeiros e todo profissionais da saúde os quais muitas vezes, tiram do seu próprio bolso o dinheiro para compra de um rolo de esparadrapo, gases e até mesmo água para beber. O que falar dos garis que recolhem o lixo da nossa cidade onde desempenham sua função com risco à sua saúde e ganham um salário de miséria? Esse são alguns exemplos de heróis que temos na sociedade, mas que não são justiçados e não esperam ser, pois os governantes não os valorizam da forma que deveriam ser.
Todavia, quero abordar em especial uma situação que por esses dias aconteceu dentro de uma das Unidades Prisionais de Pernambuco. Noticiado por diversos canais televisivos e pela imprensa escrita, o Presídio Frei Damião de Bozzano, sofreu uma tentativa de evasão 
em massa de presos. Saldo do ocorrido: 3 presos feridos, um morto e dois Agentes Penitenciários alvejados pelo preso que veio a óbito. O que se viu depois desse fato foi uma varredura nos pavilhões que terminou na apreensão de facas, facões, celulares drogas, etc. Oito armas de fogo apreendidas. Sabemos que existe muito mais que essa quantidade de armas de fogo dentro daquela Unidade Prisional. Porém, vamos continuar acreditando que "limpamos" aquela unidade das pistolas e revólveres. Jogar a sujeira para debaixo do tapete. Melhor assim.
Faço aqui uma pergunta a todos. Se não fosse a ação dos companheiros Agentes Penitenciários que impediram a evasão dos presos o que teria acontecido? Respondo. Todo plantão daquele dia estaria nesse exato momento respondendo a um Processo Administrativo Disciplinar, seus nomes comentados nas redes sociais e nos grupos sociais da possibilidade de que facilitaram a fuga por propina. sem  falar da imprensa amarela que denegriria ainda mais os nomes dos Agentes Penitenciários. Não vi ninguém agradecer a eles o verdadeiro ATO HEROICO QUE PRATICARAM! Conseguiram evitar que uma dúzia de reféns, os técnicos daquela unidade, fossem mortos e a evasão ocorresse. Se colocaram na linha de frente da guerra sem trincheira que foi travada naquele fatídico dia. Não chegou da imprensa ou do governo, pelo menos parabenizá-los pela belíssima atuação que tiveram. 
O que se viu foi presidente do SINDASP PE tirando selfies com os companheiros na enfermaria do Hospital, com fito meramente eleitoral, pois ano que vem será a eleição do sindicato. Se quer o SINDASP PE postou uma nota de repúdio na imprensa ou no seu site. Se quer mobilizou a categoria por ao menos 24 horas, como forma de protesto contra o descaso do governo com o baixo efetivo e pela inoperância de conseguir apreender todas as armas do complexo nas mãos dos presos. O governo permanece calado sobre o ocorrido no "FREI", como chamamos carinhosamente aquela unidade. O sindicato, na pessoa do seu presidente estão calados e não procuram tocar no assunto. mas tem o ditado que diz: "Quem cala, consente!" Logo, não há explicação melhor para nosso sindicato está omisso e caladinho.
Meus heróis e acredito que da grande parte dos Agentes Penitenciários, são Marcos, o "Todo duro" e Maximus, o "Blade", estão em casa, feridos, com o psicológico  abatido e duvido muito de estarem com acompanhamentos médicos necessários para se recuperarem. Nossa categoria se encontra ferida também. Os tiros não só atingiram os dois companheiros, mas todo aqueles plantonistas do corte de cana, todo aquele Agente Penitenciário que trabalha na parte administrativa porque sabem que uma hora dessas serão plantonistas da mesma forma. Passarão pelos mesmos riscos, as mesmas agruras da função. O reconhecimento desses dois HERÓIS deveriam ser pelo menos de respeito e de dívida, pois entregaram suas vidas no combate contra os criminosos. Quando voltarem para o front, espero que os recebam como verdadeiros heróis. Não precisa ter certificados de HONRA AO MÉRITO porque é apenas um pseudo reconhecimento. 
O que nossos HERÓIS precisam é do aperto de mão sincero de agradecimento, uma abraço forte de companheirismo e sobretudo, respeito pelo que fizeram por todos nós, sociedade pernambucana. Basta de selfie politiqueiros e de cunho eleitoral! Não combina com o feito que eles realizaram. Basta de hipocrisia sindical! Até porque nessas horas é o que menos importa. Vamos abraçá-los, encorajá-los, saudá-los com afinco e dividirmos ombro a ombro mais uma vez o plantão árduo e perigoso que enfrentamos todos os dias. Se coloquem no lugar deles e de seus familiares. Passaram por situação de extrema emoção e agonia.
Tenho a honra de ter trabalhado com ambos. Meu amigo ""Blade" empossado a menos de três anos e que carinhosamente lhe saúdo toda vez que o via no plantão dizendo " o que anda de dia", alusão ao filme que tem como título o seu apelido. Marcos, nosso "todo duro!" Sempre de sorriso fácil e bom humor diário, prestativo e de profissionalismo grandioso desses anos todos de sistema prisional. A vocês desejo vida longa e toda minha gratidão pelo que fizeram por nós e toda sociedade pernambucana. Se nossos representantes sindicais não os valorizam, tudo bem! Já sabemos da capacidade do SINDASP PE em ser dissimulado! Saiba que a família dos Agentes Penitenciários os tem como VERDADEIROS HERÓIS DO SISTEMA PRISIONAL DE PERNAMBUCO!




sexta-feira, 30 de junho de 2017

SINDASP PE: NINGUÉM QUER SER MÁRTIR!

Segunda feira fomos abalados pela ocorrência no Presídio Frei Damião de Bozzano de Segurança máxima(?) onde muitos presos armados com pistolas, revólveres e colete tentaram tomar a permanência daquela unidade prisional com fito de empreender fuga, mas graças a Deus e aos companheiros que se encontravam no plantão, conseguiram frustrar o intento sem ferir nenhum refém. Todavia, dois dos nossos guerreiros foram alvejados, Marcos, carinhosamente conhecido entre os Agentes Penitenciários de "todo duro" e Maximus, o nosso estimado "Blade" que ainda completo toda vez que o vejo: "O que anda de dia!". Foram prontamente socorrido para o hospital. Saldo do outro lado: Três presos feridos e um morto. Oito armas de fogo apreendidas entre pistolas e revolveres, um escudo balístico do Grupo de Operações e Segurança-GOS, com um projétil de arma de fogo incrustado nele. Diga-se de passagem, a GOS como sempre, brilhou na contenção e na varredura do Presídio no momento da crise. Esses abnegados companheiros que estão sempre na linha de frente da guerra que travamos cotidianamente com a bandidagem armada dentro dos presídios.
Agora, vamos para um ponto crucial. Gostaria de entender o porquê do SINDASP PE não exigir que a visita do fim de semana não seja paralisada! O Código Penitenciário do Estado, inclusive o presidente do sindicato bradou aos quatro cantos que ajudou a construir tal norma, prevê a suspensão da visita quando houver motim ou rebelião na Unidade Prisional. É bem claro esse fato! Quem acha que não é verdade basta acessar o link abaixo:

http://sindasppernambuco.blogspot.com.br/2015/06/novo-codigo-penitenciario-de-pernambuco.html

Mas na dúvida pode também observar o que o próprio site do SINDASP PE POSTOU. 




Então, já que participou, lutou e conquistou esse direito de elaborar o Código Penitenciário de pernambuco, nada mais coerente do que EXIGIR sua aplicação dentro da mais consonância jurídica do artigo 103 e seu inciso III da lei 15.755/2016 (Código Penitenciário de Pernambuco) que diz:
Art. 103. Interrompe-se a visita, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, pelos motivos:
I- (...)
II- (...)
III- coletivamente, em caso de rebelião, motim ou suspeita de resgate de pessoa privada de liberdade; (grifo nosso).

Observem o que grifamos. "...em caso de rebelião, motim..." se o episódio de segunda-feira não estiver enquadrado nesses dois perfis eu não sei mais o que seja rebelião e motim.
No nosso Código Penal - Decreto-Lei nº  2.848, de 7 de dezembro de 1940:
Motim de presos
        Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. (grifo nosso)
Ora, a situação do Presídio Frei Damião de Bozzano fica bem claro que foi ato de motim. Ninguém tá doido de dizer que não cabe a suspensão da visita daquela unidade prisional porque não resta dúvida dos fatos ocorridos. reféns de técnicos e de um Agente Penitenciário fica mais contundente a violação das normas.
Mas o que mais me intriga é essa inércia do SINDASP PE em não mobilizar a categoria para que seja cumprido o que diz a lei. Penso que o sindicato achou normal dois companheiros ser baleados por presos. vai ser preciso então algum Agente Penitenciário morrer para só assim suspender a visita e cumpri o que determina a lei? Eu não nasci para ser mártir e acredito que nenhum companheiro quer salva de tiros e nem ser homenageado com nome em placas, salas e auditórios das Unidades Prisionais do Estado. Dispenso essa honra!
As vezes fica difícil entender qual o papel do SINDASP PE. Lutar pela categoria e pela nossa integridade e condições de trabalho ou fazer com que as unidades prisionais permaneçam o caos que a OEA já denunciou e o Estado foi obrigado a tomar providências até agora pífias diante da enorme problemática que é o sistema prisional de Pernambuco. O sindicato tem um papel fundamental nessa relação entre o governo e a categoria. Colocar panos frios na fervura nas ocorrências que estamos vendo acontecer de motins, rebeliões, evasões, armas nas mãos de presos, etc. Afinal, para que serve um sindicato pelego? As condições de trabalho não se resume apenas em equipamentos, mas na segurança da vida de todo funcionário público, em especial os Agentes Penitenciários que estão na linha de frente e não terão a misericórdia de nenhum preso com arma em punho o qual logo dará um tiro na cabeça do Agente e depois degolará. Sabemos que é assim. Basta ver nos outros Estados o que já aconteceu.
Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco precisa deixar o peleguismo e fazer com que nossa categoria não sofra mais essas atrocidades que estamos passando. Se algum Agente Penitenciário morrer o que SINDASP PE vai dizer?? ficar na denúncia do jornal? TV? notinhas no site? ir no necrotério e tirar selfie com o corpo do companheiro morto? 

O que vimos por esses dias foram várias selfies do presidente do sindicato fazendo sua campanha politica com a situação caótica que passamos no fatídico dia 26/06 do corrente ano. Vejo autopropaganda dos feitos que nada contribuem para nossa segurança dentro dos presídios e penitenciárias do Estado. Até o Juiz da Varas das penas alternativas reconheceu nossa luta e dificuldades que enfrentamos no dia a dia prisional. Mas nosso presidente do SINDASP PE se preocupa em antecipar as eleições e fazer suas mídias nada pertinentes com nossa situação. Nada contribui para alavancarmos uma mobilização dentro da legalidade, como por exemplo a suspensão da visita do Presídio que aconteceu o motim resultando em dois companheiros feridos. O mais importante é desconstruir as ideias da oposição que são propositivas como essa de paralisar a visita do Frei Damião e dentre outras que queremos construir em conjunto em prol da categoria. 
Porém, nosso sindicato, na pessoa do presidente e diretor da FENASPEN juntamente com mais três diretores do SINDASP PE, se encontra em estado de torpor, como se nada tivesse acontecido de grave. O sindicato sabe que os Agentes Penitenciários do Frei Damião não podem tomar à frente de paralisar a visita dos presos, pois sabe que o governo aqui é opressor e com certeza abrirá Processo Administrativo contra eles, mas o SINDASP PE tem imunidade e pode puxar essa ação para que o governo cumpra o que a lei diz. Suspensão da visita por motivo de motim. O presidente do sindicato vai desqualificar esse pedido da categoria dizendo que não é o momento propício por causa daquilo ou disso, etc e tal. Vai desqualificar a oposição dizendo que somos oportunistas em explorar a situação e denegrir as conquistas que o SINDASP PE obteve junto ao governo. Mas pergunto. A VIDA NÃO É O BEM MAIOR QUE SE DEVE SER PROTEGIDO?
No sistema prisional federal, não venham dizer que lá é diferente porque pelo que sei são seres humanos iguais a mim e a todos nós, foram suspensas as visitas dos presos por 30 dias e depois prorrogada por mais 30 dias. Foram repassadas para os advogados e familiares dos presos dos presídios federais através de e-mail's e mensagens de whatssap informando da suspensão por 60 dias. O DEPEN, órgão responsável pelos presídios federais publicou portaria suspendendo a visita. Fato esse, inédito até hoje nos sistema prisional do Brasil. SINDASP PE prefere ignorar a lei e se alinhar aos interesses do governo e não da categoria. 

Estamos realmente a própria sorte! De quem será a culpa se um de nós morrermos? Porque SINDASP PE não mobiliza ou denuncia ao Ministério Público o descumprimento do Código Penitenciário do Estado? Não há dúvida que nosso sindicato está passando a mão na cabeça do governo e fechando os olhos para o que aconteceu no Frei Damião. Nos resta apenas orar e pedir a DEUS proteção divina porque do SINDASP PE temos apenas o desprezo!

domingo, 11 de junho de 2017

AMASSANDO BARRO PARA O FARAÓ: A PERDA DO PLANTÃO "OURO" E MAIS QUATRO HORAS DE SERVIÇO PARA O PLANTONISTA!

Nossa Constituição Federal, a famosa Carta Cidadã, como declarou o então Ulisses Guimarães, conhecido por "Senhor Constituição!", limita a jornada de trabalho para 44 horas semanais, mas isso não aconteceu de uma hora para outra. Esse direito não foi ofertado de forma gratuita, tem um histórico de luta, sangue suor e lágrimas. Farei um breve histórico para nos situarmos nesse tema e também, uma maior compreensão por todos.
No começo da revolução industrial, no século XVIII, o trabalhador tinha uma carga horária que variava entre 12 e 16 horas diárias nas fábricas, inclusive mulheres e crianças, essas últimas eram utilizadas para desembaraçar as linhas das máquinas de tecer, tendo em vista suas pequeninas mãos que cabiam nos espaços menores dos teares. Era comum as pessoas morrerem dentro das próprias industrias à míngua! Até o Papa Leão XIII, em sua encíclica abordava o assunto, preocupado com a saúde do trabalhador que tinha uma carga de trabalho excessivo e quase sem descanso. Disse ele: “o número de horas de trabalho diário não deve exceder a força dos trabalhadores, e a quantidade do repouso deve ser proporcional à qualidade do trabalho, às circunstâncias do tempo e do lugar, à compleição e saúde dos operários.”
Surgiu então o senhor chamado de Robert Owen, industrial, considerado um dos pioneiros do socialismo útopico, foi a ideia dele com seu slogan: "oito horas de trabalho, oito horas de lazer, oito horas de descanso." que deu inicio de uma conscientização sobre as horas trabalhadas pelo operário. No começo do século XX, Henry Ford, implementou nas suas fábricas o modelo idealizado por Owen. Fez mais, dobrou os salários, construiu casas para os operários e criou um sistema que cada um tinha uma função na linha de montagem dos carros, que até hoje perdura, conhecido por modelo Fordista.
No Brasil, as Constituições Brasileiras abordaram o assunto de maneira clara, sobretudo, na era Vargas, esse assunto era central nas suas políticas sociais. Na Constituição de 1934, nasceu a Justiça do Trabalho,trazendo consigo, as leis trabalhistas, o direito das 8 horas de trabalho e a liberdade de sindicalizar-se. Em 1937, surgiu a famosa Constituição conhecida por "Polaca",inspirada na Constituição da Polônia, de cunho semi fascista, outorgada por Gétulio Vargas, apesar desses pontos negativos, foi nela que se criou a CLT, organizou a Justiça do Trabalho com representação classista e criação também do salário minimo. Uma curiosidade. Nessa época também que foram proibidos as greves por ser anti social e nociva à sociedade. Para manter sua base fortalecida, sua base sindical, criou o famoso dirigente "pelego" , este tinha um cargo geralmente importante dentro dos sindicatos e servia de apoio ao governo, aqui faço um parêntese. Será que nosso SINDASP PE se inspirou nessa época da história? Qualquer semelhança não é mera coincidência!
As outras Constituições brasileiras, permaneceram respeitando o mesmo limite das 8 horas diárias, mesmo da época da ditadura militar. Seguiu até os dias atuais, porém, com algumas modificações que beneficiaram o trabalhador. O artigo 7º da Constituição Federal, se tornou uma aliada do trabalhador garantindo diversos direitos que lhe eram negados. Mas por hora, vamos nos ater ao seu inciso XIII , que trata da limitação da jornada de trabalho,tema desse texto.
O supracitado artigo e seu inciso em destaque, traz em seu bojo, a importância de limitar a carga horária do trabalhador em 44 horas semanais, visto que antes, a jornada trabalhista era desumana. Mas onde quero chegar com essa história toda? Respondo. Na última decisão que o SINDASP PE ajudou a construir na famigerada Assembleia dos Administrativos, nela, votou a favor da entrega do plantão "ouro", que é aquele plantão que folgávamos um quando ultrapassava as 44 horas da lei. Todavia, "presenteamos" o governo com essa folga, passando a trabalhar 48 horas. Pasmén! com apoio do SINDASP PE! Isso mesmo! sindicato que deveria zelar por nossos direitos constitucionais!
Sempre tem um que duvida desses cálculos. Não sou nenhum Malba Tahan, porém, ainda sei fazer umas continhas. Calcule comigo. Trabalhamos 7 plantões, ou seja, 24h × 7= 168h ÷4 = 42h semanais, Correto? Agora, sem o ouro como ficaria? Simples: 24h ×8 = 192h ÷ 4 = 48h semanais, ou seja, ultrapassando o limite constitucional de 44h semanais! Então me vem a dúvida. Como podemos trabalhar acima do limite Constitucional, na ilegalidade alvitante e o SINDASP PE não nos defende? Mais ainda, concorda com tudo e nos vende gato por lebre quando negociou nosso "ouro" com o governo sem se quer informar que seria INCONSTITUCIONAL nossa nova escala com o PCCV?
No mínimo estranho essa historia toda!
Essa nova escala que será implantada pelo PCCV fere princípio do Direito Adquirido, previsto na própria Constituição no seu artigo 5º, inciso XXXVI que diz "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;" (grifo nosso). Tal direito adquirido são, as 44 horas, mesmo sendo um acordo coletivo, não se pode extrapolar o que preconiza a Constituição Federal por mais que seja da nossa vontade.
Existe também, a violação direta do outro princípio constitucional que não está diretamente citada no texto constitucional, mas se encontra de forma implícita, de bom tom frisar esse fato. O Princípio da Segurança Jurídica. Mas que peste é isso? Diria o Agente Penitenciário que foi ludibriado pelos seus representantes sindicais. Explico. Esse Princípio existe, como o nome já explica, observar à segurança jurídica daquilo que já se encontra previsto em lei, no caso, na maior de todas as leis, a Constituição da República Federativa do Brasil. Não se pode modificar um direito adquirido por simples ato ou acordo sem que não venha ser modificada por uma Lei maior que esse acordo ou que tenha embasamento para justificar esse direito. No caso em comento, por mais que tenhamos feito um acordo coletivo -que tem força de lei, mas não é- com o Governo, este tem como obrigação verificar se está em consonância com os ditames da Carta Cidadã de 1988. Imaginamos se toda vez que quiséssemos fechar dissídio coletivo, fossemos forçado a abrir mão de um direito adquirido? seria um pandemônio! Ninguém confiaria mais no que as leis previa, pois saberia que a qualquer momento poder-se-ia modificar a letra da lei. A confiança no Estado Democrático de Direito estaria abalado e consequentemente criar-se-ia uma instabilidade jurídica no país.

Portanto companheiros, podemos dizer que nosso acordo do PCCV com o Governo já nasceu eivados de inconstitucionalidade! E olha que nem citei o Princípio da Legalidade! Nosso sindicato jamais poderia firmar um acordo desses, tendo em vista ultrapassar sua competência jurídica e por ir de contra sua natureza que é de defender nossos direitos constitucionais, coisa que pelo que fica observado, está mais para interesse individual de alguém ou de alguns daquele instituo representativo de categoria. Vai saber! Se caso o SINDASP PE não rever esse acordo que nos prejudica diretamente, com certeza o Ministério Público do Trabalho, órgão responsável pela fiscalização dos sindicatos e entidades representativas, não deixará que o Agente Penitenciário de Pernambuco trabalhe acima do limite constitucional de 44 horas semanais. Esse é abusivo e inconstitucional! não tem valor jurídico nenhum! Mas, será que nosso sindicato tem coragem para lutar por essa violação dos direitos da categoria ou vai explicar agora o inexplicável? Vai dizer que é intriga da oposição e contradizer a Constituição Federal? Vamos ter mesmo que amassar 4 horas a mais de barro para o Faraó?
Boa sorte nas explicações!






domingo, 4 de junho de 2017

AGENTES PENITENCIÁRIOS: OS ÚLTIMOS SERÃO OS ÚLTIMOS!

Primeiramente, venho esclarecer nossa ausência durante esse período, pois estivemos com problemas no acesso do blog, mas Graças a Deus conseguimos retornar a todo vapor! Sem mais de longas, vamos correr atrás do tempo Perdido?
Esse tempo que passamos sem escrever ocorreram vários acontecimentos que de uma certa forma, afetaram nossa vida profissional direta e indiretamente. Mas, com certeza a de maior impacto foi a implementação do nosso tão esperado PCCV, plano de cargos, carreiras e vencimentos. Mais uma vez perdemos um direito primordial para que o governo cumprisse um acordo que já se encontrava firmado desde agosto de 2016. Perdemos nossa "folga ouro" que fazia parte de um outro acordo anterior com o patrão. Mas essa não será abordagem do tema, por enquanto.
O que me chamou atenção foi outra coisa. O aumento real que os Agentes Penitenciários que entraram por último, os de matriculas iniciais 364. foram contemplados. O montante de R$ 108,49 (cento e oito reais e quarenta e nove centavos). Isso mesmo! Essa riqueza toda que valerá até julho de 2019! Não acredita? então tá! Vamos aos cálculos.
Um Agente Penitenciário inicial recebe em média R$4.246,40 (quatro mil duzentos e quarenta e seis e quarenta centavos), tem um desconto em média de R$ 744,15 (setecentos e quarenta e quatro reais e quinze centavos). Restando R$ 3.502,25 (três mil quinhentos e dois reais e vinte e cinco centavos), contando já com aumento de 2018 ofertado pelo governo no acordo com o SINDASP PE o qual perdemos nosso plantão ouro. fazendo a subtração do que esse Agente Penitenciário recebe com o aumento do total de líquido atual que gira em torno de R$ 3.393,76 (três mil trezentos e noventa e três reais e setenta e seis centavos), se chega a "fortuna" de R$108,49 (cento e oito reais e quarenta e nove centavos). Esse será o grandioso aumento dos Agente Penitenciários recém empossados!
Mas algum incauto do SINDASP PE, menos o tesoureiro, que só sabe mesmo fazer planilha de excel, por sinal, mal feita até demais, dirá que está errado, que não é bem assim, etc. É simples companheiro! Basta você pegar seu contra cheque e fazer os cálculos. São números. Eles não mentem! O companheiro Jucelino, o qual faz parte dessa grupo da categoria dos 364, fez usando seu contra cheque como exemplo chegando a essa conclusão mais do que óbvia. Então, será que valeu apena essa venda do "plantão ouro?".
Quero salientar que o projeto do PCCV, beneficia por demais as turmas 208, 337 e 345. Beneficia também, com toda justiça, os nossos companheiros mais antigos, de matrículas 186, 178 e 179, inclusive, fazendo jus, tendo em vista que nas últimas 3 negociações ficaram de fora, sendo os mais prejudicados, tudo para manter a tática do SINDASP PE e seu patrão, o governo, dividir a categoria para poder dominar, como já vem fazendo desde essa gestão atual!
Mas, Vamos em frente! por hora concluo esse assunto aqui e dizendo que os Agentes Penitenciários de matrícula 364 que entraram por último, continuarão por último! essa será a sina de vocês até julho de 2019!
Abaixo tabela de próprio punho -melhor até que as tabelas do tesoureiro do sindicato-  que nosso companheiro publicou nas redes sociais e que se tornou público. Tirem suas conclusões!


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O ESTADO COMO CÚMPLICE – O MAL TOMOU CONTA DAS PRISÕES!

O ESTADO COMO CÚMPLICE – O MAL TOMOU CONTA DAS PRISÕES -

Os recentes episódios no sistema prisional brasileiro a cada dia no revelam o descaso, a impotência e equivocada política penitenciária e de segurança e penitenciária que permeia as ações do Estado mãe e dos Estados-Membros.

Não há que se falar em realidade episódica, é, na verdade, um verdadeiro caos instalado e institucionalizado e já declarado pelo STF como estado de coisas institucionais.

Perceba-se que, mesmo após a vigência da Lei de Execução Penal – Lei 7210/84 -, o tratamento destinado ao cidadão ou cidadã custodiado (a), apesar das prescrições da LEP, ratificadas que foram pela Constituição Federal de 1988, foi sempre de encarceramento sem a menor responsabilidade social, e isso contaminou os diversos órgãos e poderes do Estado que enxergaram (e enxergam) na edição de leis casuísticas e da fomentação do encarceramento o mote e os instrumentos próprios para combater o crime, a violência e a impunidade.

É uma eterna briga da lei surda e muda com o crime. Rigorizamos regimes, aumentamos penas, pregamos a filosofia de quanto mais gente presa, mais a sensação de segurança prevalece, alguns Estados até pagam bônus por prisão e criaram metas mensais para Ips com autorias definidas, enfim, num círculo vicioso de mandamentos absurdos e sem sustentação fática, porém não conseguimos diminuir a criminalidade, aumentamos os índices – mesmo oficiais - da violência urbana -, e brigamos agora com outros instrumentos mais modernos que são o RDD, as prisões federais e a construção de novas unidades prisionais para acomodar os aprisionados que se multiplicam pelos Estados e suas fétidas, terríveis e indignas masmorras, sem se olvidar da monitoração eletrônica que, de opção para um desencarceramento responsável e possível, se transformou em instrumento de segurança pública como se também pudesse evitar o crime e seus efeitos.

Chego a pensar que esse modelo é, na verdade, uma espécie de assepsia social (ou antissepsia), quando o Estado prefere gastar menos entulhando pessoas e misturando-as as drogas, do que cuidando das políticas sociais básicas que poderiam sim evitar e diminuir a avalanche da violência e da criminalidade.
Por vezes penso então que a prisão passou a ser um grande negócio.
O mais recente, lamentável e absurdo massacre na Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus/AM que pelos números nos apresenta uma chacina só comparada ao episódio do Carandiru em 1992, nos remete a responsabilidade do Estado, desta feita não como executor das dezenas de mortos, mas como cúmplice principal e aliado da tragédia anunciada.

Carandiru era no dizer de Sidney Sales, um dos sobreviventes, o vale da sombra da morte, o que dizermos das nossas prisões contemporâneas?

Temos sim, em Pernambuco, no Maranhão, em Roraima, em Rondônia, no Rio Grande do Norte, no Paraná, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, no Ceará, só para citar alguns Estados, vários Carandirus, inúmeros Comparjs, todos com a cumplicidade omissiva do Estado que deixou o mal tomar conta das prisões, entulhando pessoas como lixos sociais em unidades prisionais sem qualquer condição de abrigar qualquer outro animal. Não contei nessa matemática fúnebre as diversas decapitações dentro das unidades de jovens menores de 18 anos.

Em Carandiru foi uma resposta policial a uma rebelião, que terminou com 111 presos daquela casa de detenção da capital paulista, em outubro de 1992. Doravante, e em situação ainda pior repetimos tragédias quase que semanalmente, como salientado sem que o Estado manche as fardas de sangue, mas sua incontestável cumplicidade.
 
Quando ocorrem tais episódios, e não são raros, levantam-se as vozes e as promessas para construção de novas unidades carcerárias. Pergunto pra quê? - sem pessoal habilitado e suficiente, sem que se reconheça a dignidade no tratamento do encarcerado como parâmetro para todas as demais políticas do sistema prisional  - grifo nosso (Marcellus Ugiette), continuará o Estado como mero arrecadador de corpos, de maneira igual a que vemos fora dos cárceres com a omissão de politicas sociais básicas destinadas as periferias geográficas e financeiras, onde o Estado não entra e quando se faz presente é para se digladiar como o mal que já se fez Estado e manda no pedaço.

É bom frisar que no ocaso do ano passado, o discurso oficial foi de que manter o preso mais tempo encarcerado sinalizava uma politica de contenção da violência  e da diminuição da impunidade.
Entendimento que fere  e caminha na contramão de qualquer análise positiva a respeito do tema. Somos o país que mais encarcerou nos últimos 15 anos, e, fazendo alusão ao mestre Zafarone se não temos a pena de morte, temos a morte pelo azar da prisão brasileira.
A rigor o discurso pós mortes é transferir as lideranças e os responsáveis que o Estado sequer sabe quem são e se sabia é cúmplice/conivente com a barbárie.
A nossa prisão é a expressão da reflexão de Mirabette – “É  instrumento de “degradação, destruidora da personalidade humana e incremento à criminalidade por imitação e contágio”.
Ora, que paradoxo! O Estado é responsável pela custódia e pela vida de cada uma pessoa aprisionada, no entanto, sequer tem o controle e a direção das unidades onde as amontoa.
Temos que vislumbrar a responsabilidade social no encarceramento, na manutenção desse encarceramento e na liberação do aprisionado. Assim prega a LEP que foi fortalecida com a Constituição da República Federativa de 1988.
Pior dos que as favelas das pessoas havidas como livres, a favelização das unidades prisionais é ainda mais hedionda e terrível; como aquelas, o Estado é ausente, cria com isso “lideranças”, facções, grupos de gangues, e se fomenta a droga e outros negócios ilícitos no interior do cárcere, com o efeito lógico e inafastável de tragédias terríveis como a que ocorreu na unidade de Manaus, e como ocorrem cá nas unidades de Pernambuco e em outros Estados. Imagina que o Estado pune pessoas que estavam “traficando ou vendendo” droga dentro da unidade que deveria cuidar, dirigir e buscar a reinserção social positiva jamais como gasto e sim como investimento em segurança e paz social.

Se diferentes e maiores os números de Carandiru e de Manaus, nos demais Estados temos ocorrências com 06 decapitados, 02 mortos a tiros, 10 mortos por queimaduras, etc, e não são menos graves. A repetição de tais eventos de há muito superou os números de Carandiru e do Compaj, mas é bem provável que alguns se alegrem com a diferença matemática.

Me indigna não apenas a quantidade de vidas ceifadas num espaço sob “controle” (?) do Estado, e além de outras feridas, do desespero das famílias, e sim a evidência insofismável que o mal tomou conta das prisões, sob os olhos vedados e os braços engessados do Estado brasileiro.
O Estado além de responsável é cúmplice da tragédia anunciada.

a) Marcellus Ugiette
Promotor de Justiça de Execução Penal
Membro do Conselho Nacional de Politica Criminal e Penitenciária
Professor de Direito Penal e Processo Penal